Realização: Ralph Fiennes
Argumento: John Logan, baseado na peça de William Shakespeare
Caius Martius "Coriolano", um reverenciado e temido general romano, está
em conflito com a cidade de Roma e com os seus concidadãos. Pressionado
pela sua mãe, ambiciosa e controladora, Volumnia, a procurar a cobiçada
e poderosa posição de Cônsul, ele está relutante em insinuar-se junto
às massas, cujos votos necessita para assegurar o cargo. Quando o povo
se recusa a apoiá-lo, a raiva de Coriolano gera um motim que culmina na
sua expulsão de Roma. O herói banido alia-se então ao seu jurado inimigo
Tullus Aufidius para se vingar da cidade.
Primeiro que tudo, antes de começar a falar mais pormenorizadamente desta obra surpreendente, gostava de enfatizar a estrondosa interpretação de Ralph Fiennes, demonstrando também o meu agrado pela coragem deste por ter se envolvido neste grande desafio, mesmo sabendo que Fiennes é um grande fã de Shakespeare e da peça.
"Coriolanus" aparenta, inicialmente, ser um filme de pouca sensibilidade pois consegue ter momentos brutalmente violentos e chocantes, mas num olhar mais profundo conseguimos reparar na relação que o herói tem com o seu inimigo e acabamos por ser inseridos numa teia de respeito entre ambos que acaba por superar o ódio.
Não poderia deixar de mencionar os diálogos de grande requinte que aqui são usados, posso até dizer que aqui fala-se a língua de Shakespeare. O contraste de tempos é evidente, não se luta com espadas mas sim com armas de fogo em locais completamente degradados, os trajes são outros e os cenários também, mas mesmo existindo todas estas diferenças ficam as atitudes humanas que não foram alteradas, e através destas o mundo contemporâneo torna-se igual ao de outros tempos deixando-nos a mensagem que realmente pouco mudou.
"Coriolanus" é um filme obrigatório que consegue embrulhar-nos noutros tempos sem sairmos do nosso.
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