quinta-feira, 31 de maio de 2012

Dark Shadows (2012) ★★★


Realização: Tim Burton
Argumento: Seth Grahame-Smit, baseado na serie televisiva criada por Dan Curtis

Duas décadas depois de ter chegado à América, Barbanas tem o mundo a seus pés ou pelo menos a cidade de Collinsport, no Maine. O mestre da mansão Collinwood, Barnabas, é rico, poderoso e um playboy inveterado. Até que comete o grave erro de partir o coração a Angelique Bouchard. Uma bruxa, em todos os sentidos da palavra, Angelique amaldiçoa-o com um destino pior que a morte: torna-o num vampiro e enterra-o vivo. Dois séculos depois, Barbabas é inadvertidamente libertado do seu túmulo e emerge num mundo muito diferente do seu, no ano 1972. Ele regressa à mansão Collinwood e descobre que a outrora grandiosa mansão caiu em ruína. Os restantes membros da disfuncional família Collins saíram-se um pouco melhor, cada um escondendo os seus próprios segredos obscuros. A matriarca Elizabeth Collins Stoddard chamou para viver consigo a psiquiatra Dr. Julia Hoffman para a ajudar com a sua problemática família. Também residem na mansão o irmão de Elizabeth, Roger Collins,a sua filha adolescente rebelde Carolyn Stoddard e o precioso filho de 10 anos de Roger, David Collin.


«Dark Shadows» é, sem duvida, visualmente elegante e eleva-nos as expectativas, mas, infelizmente, não as consegue satisfazer. Contém aspectos que no inicio funcionam mas depois tornam-se comuns e previsíveis, tais como as reacções constantes de Barnabas (Johnny Depp) em relação à cultura pop dos anos 70. 
O que nos contenta, nesta oitava união de Depp e Burton, é a interpretação de Depp como Barnabas, onde, novamente, apresenta-se com uma enorme intensidade, conseguindo elevar alguns momentos do filme.
Infelizmente, os buracos no argumento são constantes e desnecessários, como por exemplo, momentos que podemos observar Barnabas exposto ao sol com a luz solar a tocar a sua face e nada acontecer, enquanto em outros momentos Barnabas encontra-se no interior da mansão, é tocado por um raio solar e de pronto entra em combustão. São aspectos como este que retiram alguma credibilidade a um filme que prometia ser muito agradável mas acabou por ser um dos poucos filmes, da união Depp & Burton, que não me convenceu por completo.
 «Dark Shadows» suga-nos através do seu aspecto visual e depois deixa-nos secos de emoções.



segunda-feira, 28 de maio de 2012

Hodejegerne «Headhunters» (2011) ★★★★

Realização: Morten Tyldum
Argumento: Lars Gudmesta, Ulf Ryberg, baseado na obra literária de Jo Nesbø 

Roger tornou-se um exímio ladrão de obras de arte. Tudo corre dentro do planeado na vida de Roger, até o dia em que aparece Clas Greve, um executivo experiente, ex-militar, elegante, rico e proprietário de uma pintura de valor inestimável. Greve fará Roger mergulhar em uma espiral de tragédias. Enquanto os corpos vão se acumulando ao seu redor, Roger percebe que envolveu-se em algo que lhe fugia completamente do controle. E todos ao seu redor são suspeitos.


Directamente da Noruega veio este estrondoso thriller que se sustenta na historia e personagens, onde a simpatia pela personagem principal, interpretada por Aksel Hennie,  e o nosso interesse por Clas Greve vão aumentando gradualmente. Aqui, a concentração está nos aspectos humanos e estes demonstram ser muito mais apelativos que qualquer thriller recheado de tiros e explosões no qual os efeitos visuais são o seu forte. São estes aspectos humanos que nos manipulam para entrarmos num mundo de carne e osso e são estes aspectos que nos transportam para o interior de um ecrã que pouco tem de artificial.
"Headhunters" explora o comportamento humano e coloca-nos num enorme labirinto recheado de armadilhas, que à primeira visualização não conseguimos acompanhar passo a passo. Sabemos que estamos a ser constantemente manipulados e ficamos felizes por isso.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

The Dictator (2012) ★★★

Realização: Larry Charles
Argumento: Sacha Baron Cohen, Alec Berg, David Mandel e Jeff Schaffer

General Almirante Shabazz Aladeen (Sacha Baron Cohen), um dos mais excêntricos e egocêntricos ditadores que o mundo já alguma vez viu é conhecido pela sua indestrutível barba, por dormir com centenas de celebridades, pelo seu dinheiro e por organizar e determinar os seus próprios Jogos Olímpicos.
Aladeen atrai a atenção internacional quando surgem novidades acerca do seu programa secreto nuclear. Depois de uma tentativa de assassinato a que escapa, Aladeen encontra-se sozinho e sem dinheiro nas ruas de Nova Iorque.


«Esta critica é dedicada ao grande ditador Norte Coreano Kim Jong II». É também desta forma que começa "The Dictator" e assim permanece durante os restantes 83 minutos. 
É, sem duvida, uma sátira hilariante (escrita por Sacha Baron Cohen, Alec Berg, David Mandel e Jeff Schaffer) que nos faz observar alegremente à distancia um mundo que conhecemos de tão perto. Um mundo envenenado, não só por crimes de ditadores mas também pela mentira e pela hipocrisia que nos molesta frequentemente. 
Esta não é a primeira vez que vemos uma comédia sobre um ditador ordinário com tendências para o genocídio. Em 1940 o senhor Charles Chaplin realizou, escreveu e interpretou "The Great Dictator" onde podemos observar alguma relação com este  "The Dictator", mas comparar os dois seria ridículo da minha parte, pois o filme de Chaplin é uma obra de arte sentimental onde acaba-se por  observar o mundo com algum optimismo. Aqui o mundo é visto de uma forma cinematograficamente vulgar onde a tentativa é, claramente, ridicularizar e divertir. Através deste, Cohen aproveita e volta a atacar de modo monumental com muitos momentos imaturos mas muito criativos e  engraçados que nos desperta a curiosidade para o que vem a seguir, sendo esta curiosidade o que nos mantém religiosamente ligados à tela.
Por mais que seja controverso ou ofensivo para alguns"The Dictator" funciona, pois consegue ir ao nosso interior rebuscar gargalhadas, através de muita verdade inconveniente misturada em fantasia.





domingo, 13 de maio de 2012

The Avengers (2012) ★★★

Realização: Joss Whedon 
Argumento: Joss Whedon e Zak Pen

No momento em que aparece um inesperado inimigo que ameaça a segurança global, Nick Fury, o Diretor da agência internacional que assegura a paz mundial conhecida como S.H.I.E.L.D, vê-se na necessidade de recrutar uma equipa capaz de salvar o planeta do desastre iminente. Por todo o globo, uma audaz força de recrutamento é iniciada.


Se és um fã da Marvel, acredito que "The Avengers" pode provocar-te sensações extraordinárias, se és só um fã de cinema, ou mesmo de entretenimento, vais sair com a percepção que acabaste de ver um grupo de sociopatas musculados a destruir Manhattan, mas de uma forma agradável e muito divertida.
Fantasia, violência, tiros, bolas de fogo... destruição, era isso que já se esperava desta longa-metragem em que o movimento no ecrã é constante e onde é demonstrado que os efeitos visuais funcionam quando apoiados num argumento solido. Sem duvida que os efeitos visuais e sonoros são de grande nível e o argumento não é o mais solido que já se verificou, contendo alguns aspectos mal explicados que nos deixa com algum sabor amargo, mas desde o momento inicial que "The Avengers" abre as mãos e  convida-nos a entrar numa viagem que não deve ser levada a serio. 
Após alguns anos de espera, de termos sido levados pelas personagens em 5 filmes, ajudando num aumento de expectativa, "The Avengers" chegou e não desiludiu. É pura diversão, contém momentos de gargalhada inevitável e a aliança entre as personagens consegue unir-se a nós. No final, nós agradecemos. 


terça-feira, 8 de maio de 2012

Coriolanus (2011) ★★★★

Realização: Ralph Fiennes
Argumento: John Logan, baseado na peça de William Shakespeare

Caius Martius "Coriolano", um reverenciado e temido general romano, está em conflito com a cidade de Roma e com os seus concidadãos. Pressionado pela sua mãe, ambiciosa e controladora, Volumnia, a procurar a cobiçada e poderosa posição de Cônsul, ele está relutante em insinuar-se junto às massas, cujos votos necessita para assegurar o cargo. Quando o povo se recusa a apoiá-lo, a raiva de Coriolano gera um motim que culmina na sua expulsão de Roma. O herói banido alia-se então ao seu jurado inimigo Tullus Aufidius para se vingar da cidade.


Primeiro que tudo, antes de começar a falar mais pormenorizadamente desta obra surpreendente, gostava de enfatizar a estrondosa interpretação de Ralph Fiennes, demonstrando também o meu agrado pela coragem deste por ter se envolvido neste grande desafio, mesmo sabendo que Fiennes é um grande fã de Shakespeare e da peça.
 "Coriolanus" aparenta, inicialmente, ser um filme de pouca sensibilidade pois consegue ter momentos brutalmente violentos e chocantes, mas num olhar mais profundo conseguimos reparar na relação que o herói tem com o seu inimigo e acabamos por ser inseridos numa teia de respeito entre ambos que acaba por superar o ódio. 
Não poderia deixar de mencionar os diálogos de grande requinte que aqui são usados, posso até dizer que aqui fala-se a língua de Shakespeare. O contraste de tempos é evidente, não se luta com espadas mas sim com armas de fogo em locais completamente degradados, os trajes são outros e os cenários também,  mas mesmo existindo todas estas diferenças ficam as atitudes humanas que não foram alteradas, e através destas o mundo contemporâneo torna-se igual ao de outros tempos deixando-nos a mensagem que realmente pouco mudou.
 "Coriolanus" é um filme obrigatório que consegue embrulhar-nos noutros tempos sem sairmos do nosso.