segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

We Need to Talk About Kevin (2011) ★★★★

Realização: Lynne Ramsay
Argumento: Lynne Ramsay e Rory Kinnear, baseado na obra de Lionel Shriver

Eva deixou a sua vida profissional e as suas ambições profissionais de lado para dar à luz a Kevin. A comunicação entre mãe e filho começa logo por ser muito complicada. Quando chega aos 16 anos, Kevin comete um crime irreparável. Eva fica despedaçada entre a culpabilidade e o seu sentimento materno.


Logo desde o inicio é nos revelado que Kevin fez algo de horrível que transformou a sua vida e de sua mãe, mas o filme não se concentra, na totalidade, em Kevin mas sim na sua mãe e na forma como se consegue, inconscientemente, formar um psicopata. Em We Need to Talk About Kevin somos inseridos na mente de Eva (Tilda Swinton) e no seu arrependimento de ter "rejeitado" seu filho mesmo antes deste nascer e, através disto, somos envolvidos num estudo ao comportamento humano. 
É, sem duvida, um filme não convencional e brilhante em vários aspectos, tanto na forma como explora a importância de uma relação entre mãe e filho e na sua realização, exemplar, que nos coloca em vários tempos sem nos deixar desviar os olhos do ecrã. O facto do filme funcionar brilhantemente deve-se, em grande parte também, à prestação do elenco, principalmente a Tilda Swinton que está fenomenal como mãe de Kevin. 
É um filme brilhantemente envolvente que merece ser revisto muitas vezes e também recomendado a quem realmente aprecia a 7ªarte.




domingo, 22 de janeiro de 2012

Kill List (2011) ★★★★

Realização: Ben Wheatley
Argumento: Ben Wheatley e Amy Jump

Passados oito meses depois de um trabalho falhado em Kiev e que deixou marcas, Jay (Neil Maskell), um ex-soldado que se transformou num assassino contratado, é pressionado pelo seu parceiro a aceitar uma nova missão. À medida que vão se deixando levar pelo mundo obscuro do contrato, descobrem que a escuridão não tem limites.
 No inicio tudo começa por parecer que o único objectivo do filme é  contar a historia de um homem casado a tentar recuperar de uma depressão e entrar novamente no mundo do trabalho. Isto até pode ser o que KIll List realmente é, mas tudo isto torna-se vulgar quando uma explosão de violência ocorre,  amarrando-nos, como "vitimas", a um thriller irrequieto e surpreendentemente arrebatador, com momentos de assustar um psicopata.
Não posso deixar de mencionar, o terror e realismo que todo o filme nos cerca, diálogos de elevado nível e performances de encher o olho. 
Sim, é um filme muito violento mas consegue ir mais para alem disto, é também um estudo de relações humanas, tais como a amizade, e também uma observação à masculinidade.
Kill List  está, sem duvida, na minha lista dos melhores thrillers de 2011 e estará, assustadoramente, na minha mente durante muito tempo.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Beginners (2010) ★★★★

Realização: Mike Mills
Argumento: Mike Mills

 Apenas alguns meses depois do seu pai Hal (Christopher Plummer) falecer, Oliver (Ewan McGregor) conhece Anna (Mélanie Laurent). Este novo amor encere-o profundamente em memórias do seu pai que, a seguir à morte da sua mulher e já com 75 anos, dicide contar ao "mundo" que é homossexual. Esta honestidade aproxima Hal do seu filho Oliver, mais do que nunca. Após isto tudo, Oliver encontra um amor verdadeiro junto de Anna, num filme com um grande sentido de humor.


Mike Mills, que estreou-se no mundo das longas-metragens em 2005 com o filme Thumbsucker, volta a mostrar o seu valor como argumentista e realizador neste Beginners. Um filme que, à primeira vista parece vulgar, consegue rodear-nos de invulgaridades agradáveis deixando-nos, muitas vezes, com um sorriso esquecido nos lábios.
Os problemas que encontramos nesta obra são muitos e muito profundos mas sentidos com facilidade, tais como a ligação entre pais e filhos e o medo da perda e do compromisso. 
Muito pessoal mas também universal, muito triste mas igualmente alegre, Beginners é um filme que nos parte em dois mas tal separação é contemplada pela satisfação de múltiplos sentimentos.
Com a ajuda de um elenco de grande talento, Mills conseguiu transmitir o verdadeiro prazer de viver, de um modo inspirador, comovente e muito amável.