domingo, 27 de novembro de 2011

Fright Night (2011) ★★★

Charles Brewster, um adolescente de 17 anos, descobre que o seu novo vizinho Jerry (Colin Farrel) é um vampiro. Tenta provar tal descoberta mas é ignorado pela mãe e amigos. Sem outra opção, Charles decide recorrer a Peter Vincent, apresentador do seu preferido programa de monstros.
 Vinte e seis anos depois do original aparece este remake que funciona, não por estar muito preso à versão de 1985 mas porque também é a verdadeira ressurreição de um filme de vampiros que nos leva a sentir, novamente, emoções electrizantes.
A interpretação fascinante de Colin Farrel é o que acelera a nossa pulsação com instantes que nos estacam o coração, num filme recheado de momentos inteligentes. Tal como o original, este " Fright Night" tem momentos divertidos envolvidos em banho de sangue mas neste a diversão consegue ser mais surpreendente e arrasadora.
Numa altura em que o sucesso nas bilheteiras são de filmes para adolescentes, sobre vampiros melo-dramáticos e amorosos que dão lições de moral, "Fright Night" aparece para mostrar o que é realmente um filme de vampiros, ainda que respeitando e inovando o seu original.

sábado, 26 de novembro de 2011

The Debt (2010) ★★★

"The Debt" é passado em dois tempos e localidades, na Alemanha em 1965 e em Israel em 1997. Na primeira, três espiões tentam raptar alguém que identificaram como um medico nazi de um campo de concentração e na segunda são as consequências que este rapto trouxe trinta anos depois.
Este remake do filme Israelita de 2007 tem todo o coração que um thriller deste género deve ter. Concentra-se muito nas personagens e isto ajuda a mostrar muito o talento dos actores que as reencarnam, deste ponto realço aqui, com grande agrado, a interpretação de Sam Worthington que me surpreendeu muito e claro Helen Mirren que, como sempre, mostra a sua classe fenomenal. 
Com uma atmosfera adequada ao género e com alguma sensualidade nas imagens é um filme rodeando por uma historia que nos coloca num dilema ético podendo originar, eficazmente, opiniões diferentes. 
É, sem duvida, uma obra com um argumento muito interessante que pretendo não aprofundar muito porque seria uma ofensa ao artista, retirando o efeito surpresa e toda a beleza do seu grande conteúdo.
Existem filmes que conseguem, magicamente, instalar-nos no seu interior desde o primeiro segundo: "Debt" é sem duvida um deles.

The Thing (2011) ★★

Um grupo de cientistas que se encontram na Antárctida descobrem uma criatura alienígena congelada. Esta criatura tem a habilidade de copiar o ADN de outros seres, sendo um deles o ser humano. Através disto a insegurança, o medo e desconfiança são os pratos principais desta prequela de "The Thing (1982)"

Esta nova versão de "The Thing" é, logo à partida, uma copia do ADN da versão de John Carpenter e tal como no filme, a copia não é perfeita, porque simplesmente não deixa de ser uma copia. O filme arrasta-se com ideias retiradas do clássico, mesmo não sendo um remake não deixou de fazer o que já havia sido feito.  O estreante realizador Matthijs van Heijningen Jr. fixou-se em colocar, no final, o inicio da versão de 1982, acredito que tenha sido para nos dar todas a respostas e para forçar a ideia que efectivamente estamos a ver uma prequela mas esqueceu-se que o suspense e o medo, eficaz, está no que fica por dizer e não em deixar tão pouco para a imaginação.
O CGI está bem conseguido e a ideia de colocar, em alguns momentos, a banda sonora da versão de 1982 envolve-nos logo no filme. O problema principal deste "The Thing" está no desenvolvimento das personagens, que não acontece. Esta é a triste realidade da "coisa" que falta nos filmes de terror actualmente -  muitas caras mas poucos corações.
Este é o terceiro "The Thing", o primeiro foi "The Thing from Another World (1951)" e o segundo foi, o já aqui mencionado, "The Thing (1982)". Então agora temos duas "coisas" baseadas na primeira mas que não estão directamente relacionadas sendo esta ultima a que tem muito pouco de originalidade e profundidade para "oferecer".

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Faces in the Crowd (2011) ★

"Faces in the Crowd" conta a historia de Anna (Milla Jovovich) que numa noite, a caminho de casa,  é atacada por um assassino acabando por acordar num hospital. Sofre uma lesão na cabeça fazendo com que ela adquira prosopagnosia, doença conhecida por cegueira facial, dificultando o reconhecimento do assassino que a atacou. 

Um filme escrito e realizado por Julian Magnat, que logo à partida mostra que não nos vai trazer nada de novo ao género. O maior exemplo disto é o uso da "cegueira" igualmente usada em alguns filmes no inicio dos anos 90 tais como " Jennifer 8" e "Blink" que, por coincidência ou não, também contém uma heroína que se apaixona pelo policia que tenta encontrar o assassino. Poderia usar bem esta ideia tal como foi feito em " Los ojos de Julia (2010)" mas falhou por completo, transmitindo-me a tentação terrível de acabar com a minha tortura desligando o televisor. No preciso momento em que me apercebi que Anna não estava a reconhecer estruturas corporais e vozes (prosopagnosia implica só o desconhecimento facial) comecei a pensar que era masoquista. 
Em conclusão, é um thriller de fraco nível onde o clímax é quando se faz silencio e nos apercebemos que finalmente o filme acabou. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Another Earth (2011) ★★★★

No céu revela-se um planeta com o tamanho quatro vezes superior à Lua. Acabamos por descobrir que é outro planeta Terra, não uma segunda Terra mas sim a mesma, num universo diferente que agora se tornou visível. É esta a base de "Another Earth" e através desta a historia tem um significado muito profundo.
Rhoda Williams (Brit Marling) conduzindo a caminho de casa distraí-se ao olhar, fixamente, para o outro planeta e provoca um acidente contra outro carro, matando uma mãe, uma criança e deixando o pai em coma.
Passados alguns anos Rhoda sai da prisão e descobre que o sobrevivente já havia saído de coma: um compositor chamado John Burroughs (William Mapother). Esta devastada pelo que tinha feito tenta pedir desculpas mas acaba por tornar tudo mais complicado.
O filme explora a ligação entre duas personagens para um grande propósito, algo que não é muito comum no cinema actual. Brit Marling (actriz e argumentista) está muito bem no papel da jovem Rhoda que muitas vezes nos leva, inevitavelmente, ao desespero mas também à esperança. 
Mike Cahill (realizador) usa toda a atmosfera de um filme de ficção cientifica e dá-lhe um coração enorme, pecando algumas vezes na tentativa de esquivar-se dela porque acima de tudo este é um filme de ficção cientifica e tem que ser encarado como tal, mesmo tendo uma imensidão de sentimentos delicados.
"Another Earth" um filme de baixo orçamento que contém uma historia simples à primeira vista mas muito complexa quando mais aprofundada. 
Acredito que não será muito bem recebido pelos não amantes do cinema de ficção cientifica mas será, certamente, bem recebido pelos amantes do cinema de grande sensibilidade.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Win Win (2011)★★★★

De Tom McCarthy, o aclamado argumentista/realizador de "The Visitor" e "The Station Agent," oferece-nos uma comédia/drama de grande afeição.
Paul Giamatti é Mike Flaherty, um advogado com pouca sorte e também treinador de uma equipa escolar de wrestling, que para sustentar a sua família se torna tutor de um cliente idoso. Quando o neto vem visitar o avô, Mike assume a responsabilidade deste também, tornado tudo mais complicado, ou não.

Tom McCarthy conseguiu criar um filme leve como o ar e extremamente confortável. Talvez a experiência cinematográfica mais confortável que visualizei este ano, até o momento.
É um filme honesto sobre o famoso erro humano de pensarmos que temos tudo controlado, até descobrirmos que complicamos mais ainda os problemas que tínhamos.
De todo o vasto e talentoso elenco, destaco Giamatti, que novamente nos traz uma boa interpretação e também Bobby Cannavale que aparece como a personagem mais cómica do filme, com momentos extremamente hilariantes. 
"Win Win" é inteligente, emocional e recheado de ternura, recomendado a todos  que gostam de olhar para um ecrã com um sorriso nos lábios.